quarta-feira, 30 de maio de 2012

JEAN-JACQUES ROUSSEAU

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra no ano de 1712 e morreu em 1778. Uma curiosidade sobre Rousseau é que em 1750, na França, houve um concurso de dissertações sobre os reais benefícios que as ciências e as artes tinham proporcionado aos seres humanos. Para participar, ele escreveu a obra "Discurso sobre as ciências e as artes" para responder de forma negativa essa questão criticando a civilização e, assim, venceu o concurso. Porém foi com outra obra que Rousseau se tornou um filósofo reconhecido como "pensador contratualista": o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (chamaremos apenas de Discurso), onde ele questionou se a desigualdade social entre os homens justifica-se em desigualdades naturais. É legal nós notarmos que Rousseau também é um filósofo contratualista! Mas afinal, por que ele foi rotulado como contratualista? Rousseau, assim como Hobbes e Locke acreditava que existia um estado de natureza onde o homem não conheceria ainda a vida em sociedade e só depois de um contrato social entre os homens é que se instauraria a civilização, a vida social. Ele acreditava que o homem social é corrompido pela sociedade. Mas como assim? Para Rousseau, o homem natural se move exclusivamente por um impulso de conservação, todavia, ele discorda de Hobbes que via esse homem natural mau, agressivo, desejoso por poder, que retiraria o ser humano fraco do seu caminho se isso servisse para satisfazer seus desejos. Segundo Rousseau, esses traços não pertencem ao homem natural, mas ao homem que se corrompeu nas condições da civilização. A partir desse ponto, Rousseau desenvolveu críticas severas à sociedade, o que gerou diversas interpretações errôneas a cerca da sua imagem do "estado de natureza" e do homem natural, o que nos leva ao "mito do bom selvagem".
No entanto, ele deixa claro que o estado de natureza não necessariamente existiu, mas é uma situação que descreve como seríamos se não fôssemos desde cedo submetidos às influências d avida em sociedade, afinal, seríamos apenas movidos pelo impulso de conservação que combina o amor de si e a compaixão, onde o primeiro nada mais pe do que um sentimento natural de preservação da vida presente em todos os animais e que se concretiza com a realização das necessidades de sobrevivência. Desse modo, não existiria disputas entre os seres humanos e se por ventura ocorresse algum conflito, este seria de poucas agressões e o vencedor terminaria com a presa, enquanto o perdedor, sem rancor, procuraria outro local para caçar. A compaixão, por sua vez, impederia o homem de cometer alguma ação abertamente destruidora diante dos seres humanos, pois repugnamos a contemplação do sofrimento de outros seres humanos. É interessante frisar que a humanidade natural antecede a dimensão da moral, pois o homem natural - que é um ser amoral - só conheceria as normas, os valores que regulam as suas ações, depois do pacto social que nos colocaria num contexto de civilização.

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